Enep 2005
Pequeno mosquito
Dói, e grito:
- por que eu, maldito?!
Sinto decepcioná-los, leitores
mas a culpa não é toda minha.
Se escrevo mal, culpo a vida.
Que me fez de muita preguiça
e pouco jeito com poemas.
Tentei ser sensível,
atacar de boêmia,
condenar a sociedade hipócrita,
não deu.
Critiquei os políticos,
a atual conjuntura econômica,
os assaltos, a violência,
tampouco.
Meu Deus,será que sou mesmo tão ruim?
Faço Vinícius se revirar no túmulo,
Leminsky, Drummond, todo mundo,
gritarem de asco e pavor?
Ah, que gritem!
Desistir não vou!
Creio eu que de amador,
todo mundo tem um pouco.
( principalmente no começo)
Sirvo-me da licença poética pra justificar:
erros,
falta de criatividade
e pouco senso estético.
Má poetisa que sou,
enfiarei goela abaixo (dos amigos)
muitos clichês baratos
e outros tantos ditados gastos.
Não hesitarei em provê-los de histórias bregas
e rimas óbvias, como estas:
Para fechar com chave de ouro,
ode à ela que ao nascer do dia
me trouxe um tesouro que é a alegria!
Ode a tão somente o que é belo
seja na forma do meu texto banguelo,
ou em forma de má poesia!